Itamar morreu como herói.
Pelo menos para aqueles que antes o achincalhavam e riam dele.
A imprensa parece outra, que não é a mesma que o ironizava e o desacreditava.
Mas são os mesmos jornalistas. Os mesmos políticos.
Todos acabrunhados e tristes nas matérias publicadas e em volta do caixão lá no Palácio da Liberdade.
É... Palácio da Liberdade. O nome caiu bem.
Itamar está livre agora.
Está livre dos hipócritas.
Está livre da ansiedade em ser sempre percebido pela classe política.
Está livre de desejos de poder.
E agora não pode ver a volta de seu caixão, a presença daqueles que o desprezaram...
...e depois com empáfia, soltaram generosamente palavras de engrandecimento e louvor ao homem que foi.
Para mim, Itamar não foi excepcional e nem acima do normal.
Era uma pessoa vaidosa e excessivamente temperamental.
Mas o que o fazia realmente diferente em seu meio era a honestidade.
A integridade do homem, a integridade do político que o diferenciava de sua classe.
Saiu ileso da doença que é o mal canceroso e contagioso que assola a Nação chamada corrupção.
Principalmente quando andou com Collor.
Incrível não ter sido arrastado junto com o tsunami midiático e político do impeachment.
Quantos em Brasília não foram oportunistas naquele ano tão vergonhoso para um recente Brasil pós-ditadura?
Foi um vice que conseguiu implantar um plano econômico de sucesso.
Claro que com ajuda, primeiro de Ciro Gomes, depois do FHC.
Mas ele era o segundo Presidente que foi vice e fez o que o primeiro não fez.
Hoje descansa, e Minas pode repousar na consciência tranquila de que 2 de seus mais proeminentes políticos falecidos recentemente...
...eram integros e honestos. O outro que foi primeiro era José de Alencar, que também era vice.
Itamar partiu como herói para os hipócritas e falsos.
Para mim era o anti-herói.
Saiu de cena aplaudido e ovacionado.
Nada mal para um anti-herói.
Esteja com Deus
