Os golpes dentro dos partidos políticos na duas maiores cidades da Paraíba


As duas principais cidades da Paraíba, João Pessoa e Campina vivem fatos inusitados na disputa eleitoral. A primeira delas é o pluralismo político, sob o ponto de vista eleitoral, já que nunca houve antes mais de dois partidos com chances reais de chegar a prefeitura . Sempre foram disputas polarizadas entre este e outro grupo político nas duas cidades.

Me arrisco a dizer que dependendo do resultado destas eleições , 2014 oferecerá pela primeira vez na política paraibana em uma eleição para governador, um cenário plural parecido com o que JP e CG vivem atualmente, saindo definitivamente da polarização eleitoral que sempre marcou as eleições paraibanas. Quem sai ganhando é o cidadão eleitor paraibano.

O segundo fato inusitado é triste. É a quantidade de golpes internos que vivem os partidos atualmente. Antes, situações mais características de pequenos municípios com currais eleitorais, nestas eleições se apresentaram com insistência alarmente na Capital e Campina Grande.

Nunca foi tão difícel fechar coligações e vices como tem sido nestas pré-campanhas. Fato que tem mostrado a falta de preparo, do hábito de conviver com a democracia partidária, eu estou falando de políticos de peso, que sempre tiveram um discurso de liberdades e direitos, e coloco neste bolo o governador Ricardo Coutinho.

Exemplo: Cícero já havia fechado apoio com uma coligação: PTdoB, PSC e PTN. Um bloco formado por três partidos que tem três deputados estaduais. Pela ordem, Dep. Genival Matias, Dep. Tião Gomes e Dep. Toinho do Sopão. Mas o PTN foi tomado de Toinho e eu sei por informação de fonte sigilosa que foi intervenção motivada por RC para que Cícero não tivesse o apoio do partido.

Originalmente esta coligação teria também o PSC de Rômulo Soares e Kumamoto. E eu sei também que Marcondes Gadelha foi procurar Cícero para pedir a vice. Cícero deu. Mas Marcondes voltou atrás com a palavra e Kumamoto foi o escolhido de Cícero com o apoio maciço de todos os candidatos do PSC na capital. Nisso Marcondes vem, destitui a comissão municipal de JP e declara apoio a Cartaxo. O que fez com que Marcondes mudasse de ideia? Muito estranho...

No PSB, nem preciso dizer o “saco de gatos” que o partido se tornou. Quem está lá se arranha todo. Primeiro golpe: massacram Luciano Agra , que seria o candidato natural a reeleição, não só por sua popularidade, mas porque era quem detinha o mandato e empurram Estelizabel guela abaixo da população pessoense por imposição de Ricardo. Segundo golpe: tiram a legenda do vereador Bira para se candidatar a reeleição.

Nada mais natural Bira se reeleger pela legenda, estando nas pesquisas em 3º lugar. O fato é: é ele tem opinião divergente do diretório municipal e estadual, então retiraram seu nome da lista. Isso é democracia? É saber conviver com opiniões divergentes, atitude tão necessária numa democarcia? Vejam, o Dep. Luiz Couto não teve a legenda recusada para se reeleger pelo PT,  divergindo da direção. Couto foi candidato, se reelegeu e isso não destruiu o partido. Neste ponto o PT tem muito a ensinar para o PSB.

Em Campina, o grupo de Vené interfere constantemente e insistentemente contra o PT, depois que o partido não quis mais ficar com a situação. Nos bastidores, a intervenção é estimulada pela  candidatura do Dep. Guilherme Almeida, que pede recorre a executiva nacional que no final homologa a aliança do PT em Campina e a candidatura própria em João Pessoa. Mas até os últimos minutos da pré-campanha, um ou dois filiados disputam na justiça cível tomar o PT para Guilherme.

Zé Maranhão agora também tem problemas com a escolha do vice Tavinho Santos, marcas da disputa interna que grassa o partido dele. Vamos ver para onde vai também mais esta pendenga.

No final das contas, nesta duas cidades, as únicas coligações de proporcionais e majoritária que estão definitivamente fechadas e em paz, pelo menso por enquanto, é as que apoiam o PSDB de Romero e Ronaldinho. Ali, pelo que se vê, toda o início da campanha já está em vôo de cruzeiro.

Enfim, espero sinceramente que o povo paraibano tenha sempre esta gama de opções políticas para votarem nas suas eleições municipais e estaduais. E concluindo meu ponto de vista sob a luz de todos estes fatos apresentados anteriormente, apesar de tudo, ainda digo que, o exercício da democracia neste estado já é certo e não volta mais atrás, com certeza falta ainda muito aprimoramento e aprendizado nesta prática e principalmente, ainda falta o respeito pela decisão da maioria.

A maioria decide? A democracia existe.