Debate ou embate, cadê as propostas para o eleitor?

Não perdeu muito quem não assistiu o primeiro debate da temporada da sucessão municipal de 2012 em João Pessoa, principal vitrine eleitoral do Estado.
O debate foi realizado pela TV Arapuan, que não queria ser retransmissora do guia eleitoral, mas por incrível que pareça, participaram todos os sete candidatos a prefeito para a que o eleitor pudesse avaliar as intenções de cada um deles.


Sendo este o principal motivo para que eu parabenize Luiz Torres pela iniciativa de promover um debate essencialmente democrático, entregando oportunidades iguais a todos os candidatos, sejam eles grandes ou pequenos. 

No lado contra pesa o formato ultrapassado que foi usado e criado na Bandeirantes ou Globo para os principais candidatos de uma eleição, no máximo 4. Por isso, não houve a possibilidade de uma avaliação mais ampla de cada candidato. Digo sim, que a TV Arapuã perdeu a oportunidade de criar um formato próprio, sem copiar debates de grandes emissoras, que como já disse, não funcionam neste caso. Ficou um debate um pouco tedioso, crítica que faço com o maior respeito pelo inquestionável profissionalismo do jornalista Luiz Torres.

Bom falarei dos candidatos, no que puder.

Estela Bezerra (PSB) partiu para o ataque contra Cícero Lucena (PSDB) acusando de ficha suja, mas se deu mal e Cícero nem precisou se defender, porque em seguida , Antônio Radical, candidato do PSTU partiu pra cima de Estela enumerando todas as denuncias que estão sendo investigadas na administração RC.

Renan Palmeira (Psol) e Lourdes Sarmento (PCO), atacaram tudo e a todos, ficaram sem sentido.
Luciano Cartaxo (PT) ficou na encolha, querendo comer pelas tabelas, mas a estratégia não deu certo. Pzareceu um candidato sem personalidade, coisa que absolutamente não o é. 

Zé Maranhão (PMDB) completamente perdido. Sem entender o formato, Maran hão despediçava seu tempo e não conseguia fazder perguntas consistentes e nem mostrar propostas com clareza.

Pensava-se em um debate propositivo, com discussão de ideias, talvez algo diferente de todas as outras eleições, já que este cenário eleitoral na capital é totalmente novo. Mas não foi o que aconteceu.

Veio à tona a confraria acusando Cícero Lucena. Uma provocação de Estela, que teve de ouvir que “fui a primeira vítima desse governador (Ricardo Coutinho) que lhe apadrinha, candidata”. Cícero respondeu com equilíbrio e citando fatos. Ela meteu a mão no saco de gatos e saiu arranhada. 

Como é que Estela, candidata mergulhada em denúncias sob investigação, entra neste campo movediço? Faltou assessoria. Radical chicoteou-a impiedosamente. Será que a socialista aprendeu a lição? 

Aliás teve assessores do coletivo, dizendo que Estela ganhou o debate. Me desculpem os babões de plantão, mas Estela só pisou na bola, mostrou a arrogância característica e já conhecida do coletivo RC e não mostrou proposta, a não ser dizer que iria realizar ações que já eram para terem sido aplicadas nestes oito anos de governo municipal. Constrangedor.

Na avaliação final do debate, o meu ponto de vista é que, Cícero foi o mais equilibrado e que tentou mostrar propostas. Não conseguiu muito, em parte pelo formato do debate e também por causa da gana de outros candidatos em atacar somente.

Devemos talvez esperar mais disto no guia eleitoral da maioria dos candidatos. 
 
Mais uma vez, parabéns ao Luiz Torres pela iniciativa.